As incríveis mentiras históricas sobre as “promíscuas guerreiras” vikings

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Apesar do que diz a lenda, elas não costumavam combater junto com seus maridos e eram extremamente respeitadas pelos homens.


Pintura: Mulher viking sendo cortejada por guerreiros vikings enquanto dã um maçã a um deles que está de joelhos em frente a ela
As mulheres vikings eram valorizadas pelos homens de sua sociedade

Sanguinárias, ávidas por dar golpes de machado contra o inimigo e um pouco promíscuas. A imagem das vikings que chegou aos dias de hoje é a de mulheres rudes que combatiam em grande número junto a seus esposos e não respeitavam o matrimônio. No entanto, estas teorias se confrontam com a verdade, pois a História nos diz que não costumavam participar nas famosas viagens de saque reproduzidas recorrentemente no cinema e que – embora desfrutassem da mesma liberdade sexual que os homens – não se deitavam com qualquer um que aparecesse em seu caminho. Elas eram de suma importância na sociedade escandinava e recebiam imenso respeito por parte dos homens, que poderiam se envolver em sérios problemas legais se cometessem a imprudência de manter relações sexuais com elas sem consentimento ou se as maltratassem.

Estes dados curiosos, assim como outras tantas histórias relacionadas com “os bárbaros assassinos do norte”, são parte de “Quiénes fueron realmente los vikingos” (Quem foram realmente os vikings), um novo guia histórico sobre este povo escrito pela historiadora espanhola Laia San José Beltrán. O livro mostra detalhes sobre esta civilização tão desconhecida em nosso país, como sua escrupulosa higiene e seu armamento. A obra complementa o primeiro livro da autora “Vikingos, una guía histórica de la serie de History Channel” (Vikings: um guia histórico da série do History Channel) e seu próprio blog pessoal “The Valkyrie’s Vigil” (A Vigília das Valquírias), um dos mais completos no idioma espanhol sobre temática nórdica.


Foto da historiadora Laia San José Beltrán e seus dois livros sobre temática viking
Laia San José e suas duas obras sobre a temática viking

As mulheres vikings não costumavam combater

Dentre todas as mentiras que têm sido contadas sobre as escandinavas nos últimos anos, a historiadora destaca uma: a que afirma que cerca de 50% dos vikings que viajavam por toda a Europa saqueando outras culturas eram mulheres. Não tem nada mais longe da realidade, pois a sociedade tinha reservado outro papel para elas, diferente do de feras guerreiras. “Nos dias de hoje se tem deturpado completamente como eram as vikings daquela época. É incrível a degeneração que gira em torno de sua imagem e seu papel na sociedade. Apesar do que dizem as séries e os filmes, eram mais camponesas e mães do que guerreiras. É provável que algumas lutassem, mas é impossível que a metade dos que viajavam para saquear fossem mulheres”, afirma a especialista.

Esta modificação da verdadeira imagem das vikings começou há 100 anos, em um momento da história em que na pintura e nas óperas surgiu a ideia romântica (e errônea) de que as mulheres escandinavas iam armadas até os dentes para as batalhas. Parece que a falsidade calou até o mais profundo da sociedade, pois desde então a mentira não parou de se repetir e se estendeu de uma forma incrível até chegar à atualidade. 

“Parece que é preciso colocar as mulheres em papéis de homens para que sejam reconhecidas.[1] Parece que uma viking só impressiona se for combatente, e não se decide ser mãe. Naquela época havia papéis diferentes e cada gênero tinha uma função igualmente válida. Tendemos a olhar o passado a partir de uma perspectiva atual, e isso é algo totalmente equivocado. As mulheres vikings eram muito importantes na época, o bastante para que não seja necessário masculinizá-las, porém, como gostam mais de dizer que elas lutavam, assim as representam”, afirma a historiadora. Entretanto, San José Beltrán também assinala que nunca se pode generalizar e que é bem provável que algumas mulheres tenham lutado nas expedições de saque que seus maridos realizavam.

O verdadeiro papel das vikings

Pode ser que não se dedicassem à guerra, mas o papel da maioria das mulheres escandinavas casadas de classe média (as “húsfreyja”) daquela época era tão importante como o dos homens. Eram encarregadas de transmitir oralmente todos os ensinamentos aos seus filhos e também eram responsáveis pela direção dos trabalhos em suas fazendas quando os maridos estavam saqueando. Esta tarefa era de suma importância, pois o trabalho no campo era o que dava sustento e alimento durante o ano a todos seus entes queridos e, se era mal gerenciado, toda economia familiar poderia ir para o ralo. Da sua parte, os homens não desprezavam esta tarefa, mas consideravam-na indispensável e respeitavam muitíssimo suas esposas por cumpri-la.

As mulheres também estocavam a comida e cozinhavam. “É muito curioso porque, nas sagas (histórias escandinavas), se conta que as mulheres eram os ‘pilares de dentro’ da casa (para o que tinham inclusive um termo: ‘innan húss’) e o homem era o ‘pilar de fora’. Dentro do lar, portanto, quem mandava era a mulher. Não somente tinham papéis associados atualmente ao mundo feminino, mas também sobre elas recaía toda a gestão da terra. Se elas fizessem uma má gestão de seus bens, era muito provável que no inverno toda a família morreria de fome. Também se deve atentar para uma coisa: Se todas as mulheres marchassem para a guerra, quem cuidaria do lar e organizaria a economia?”, completa a estudiosa.

No entanto, o fato de não participarem dos saques e ataques violentos (a machadadas) contra os os cristãos, não significa que as mulheres vikings não soubessem usar armas. Decerto dominavam bem o manejo de machados e arcos; e não era por menos, pois os usavam diariamente para cortar lenha e caçar. Estas habilidades serviam para as “húsfreyja” para defender seu lar de qualquer desavisado que tentasse causar problemas quando seus esposos estavam fora. “Temos que levar em conta que as vikings passavam muito tempo sozinhas, quando a maioria dos homens se encontrava em uma expedição de saque em algum lugar, e estavam encarregadas de defender o lar, os idosos e as crianças”, completa a historiadora.

Esta tarefa não era considerada nem melhor nem pior que as dos homens. Simplesmente era diferente. “O fato de que numa sociedade como a dos vikings cada um tinha uma função distinta não era algo ruim. O problema é que analisamos a partir de uma perspectiva atual. Simplesmente, eram papéis naturais que vinham desde a pré-história. Nos seriados se sacrifica a realidade em favor de uma imagem romantizada que todos gostam e acaba deturpando a história”, explica a especialista.

Pintura:  guerreira viking sendo amparada por homens vikings
As mulheres vikings tinham papéis diferentes (e igualmente importantes) dos homens na sociedade

Infanticídio e taxa de mortalidade 

Mas existem dados que confirmam que as vikings não combateram junto aos homens? Determinados costumes da época indicam que havia sido uma prática incomum. Entre eles se destaca o infanticídio (o assassinato seletivo de crianças recém-nascidas com má formação ou enfermidades e, em muitos casos, meninas). Na atualidade foram encontradas ossadas de recém-nascidos nas periferias de determinadas fazendas escandinavas, o que nos faz pensar que acabavam com suas vidas de forma intencional. Esta forma de proceder, somada à mortalidade por causas naturais, reduzia o número de mulheres, o que fazia que, uma vez adultas, fossem muito apreciadas entre os homens da região. A lógica, portanto, nos leva a pensar que os homens não queriam que elas morressem em combate.

As vikings podiam pedir o divórcio

“É muito improvável que, havendo tão poucas mulheres como havia, as enviassem à guerra para que corressem risco de morrer. As mulheres cumpriam uma função reprodutiva. Não é uma alegação machista nem feminista, é uma alegação histórica e real. Foi assim”, acrescenta San José Beltrán. Neste sentido, presume-se também que para o combate iriam as mulheres mais fortes, o que não deixaria mais que um punhado de idosos e crianças para defender as terras. Sem dúvida, bastaria um aviso aos bandidos das proximidades para que pegassem seus machados e espadas e dessem conta de enfrentar aqueles que encontrassem.

Curiosamente esta escassez de mulheres para contrair matrimônio e formar uma família pode ter sido o que fez com que os vikings fossem para além-mar conseguir riquezas. “Alguns historiadores sustentam que, em um determinado momento, houve excesso de homens para poucas mulheres. Por isso, os homens se viam obrigados a sair para saquear e conseguir riquezas, para que uma mulher os escolhesse. É lógico se pensar que, nessa época, não apenas se casava um homem com uma mulher, se casava uma família com outra. Assim, era interessante ter dinheiro. As riquezas adquiridas fora permitiam aos vikings converter-se em líderes, contratar um grupo de homens para que fossem ajudar nos saques, construir um barco, etc. Era um círculo vicioso. Mais dinheiro, mais possibilidades de ganhar mais”, adiciona a espanhola.

A discussão das tumbas

Outro elemento que tem contribuído para propagar a desorientação sobre o tema é que, como se pôde descobrir atualmente, muitas vikings foram enterradas com armas e escudos. Não são poucos os que afirmam que estes arsenais haveriam sido utilizados pela mulher para ir à guerra. Entretanto, Laia San José Beltrán não é da mesma opinião, e assinala que os escandinavos costumavam enterrar seus mortos (quer fossem homens ou mulheres) com todo tipo de oferendas, inclusive machados e espadas. “Mesmo que encontrássemos um sítio arqueológico em que uma mulher ou um homem estão rodeados de armas, não poderíamos assegurar que fosse um guerreiro. Supõe-se que o falecido era um combatente com base em uma série de dados, também existe a possibilidade de que as armas fossem um presente de sua família. Além disso, aqueles eram objetos usados cotidianamente em tarefas do campo. Poderia haver sido um guerreiro, um homem ou uma mulher que saiu para saquear poucas vezes em sua vida, ou um camponês ou camponesa”, afirma a especialista.

Neste sentido, Laia também assinala que, se as mulheres encontradas houvessem combatido, teriam sofrido fraturas nos ossos. No entanto, não é habitual encontrar restos ósseos femininos da época viking com marcas que possam se relacionar com ferimentos em combate. 

“Os ossos podem nos revelar como morreu uma pessoa e que ferimentos sofreu ao longo de sua vida. Graças a certas características, se pode reconhecer ferimentos de espada ou machado, más formações provocadas pelas armas, ver se os restos ósseos se danificaram e voltaram a se recuperar, etc. Estas marcas tem sido achadas em alguns guerreiros vikings encontrados atualmente, porém não nos restos mortais femininos. De fato, se existiram mulheres que lutaram, não foi algo que ocorreu com frequência, muitos menos de forma generalizada. Era algo muito pontual”, afirma Laia San José Beltrán.

Por outro lado, nas tumbas vikings também tem se achado vários tipos de estatuetas com forma de mulher. Muitas delas eram “Valquírias” (as guerreiras mitológicas que pegavam uma parte dos falecidos após a batalha para levá-los junto aos deuses). Isto tem desconcertado de certo modo aos especialistas, pois se desconhece se as estátuas correspondem com um mero ritual ou se, ao contrário, representam combatentes femininas que cavalgaram junto aos homens em algum momento.

Pena capital para estupradores

Para os vikings, ferir uma dama era uma grande desonra. Se algo está claro, é que as antigas escandinavas eram bastante respeitadas pelos homens e isso está demonstrado em sua legislação. Então, esses rudes assassinos que realizaram todo tipo de ultraje fora de seus territórios (incluindo abusar das mulheres de seus inimigos) por lei proibiam categoricamente o estupro de mulheres vikings. Esta norma tinha tal importância que, aquele que a descumpria, era condenado à morte. Este castigo era excepcional para eles, pois não costumavam aplicá-lo em outros tipos de delitos graves - onde nesses casos, apenas expulsavam o delinquente da colônia.

Liberdade sexual

Por outro lado, as vikings não eram consideradas meros objetos sexuais que deviam estar a serviço do homem. Neste sentido, elas desfrutavam de uma liberdade similar a de seus esposos. Estavam entre as poucas mulheres da época que podiam pedir o divórcio por vários motivos. No caso de ser concedido, tinham o direito também de recuperar todo seu dote. Além disso, se fosse demonstrado que a culpa da separação havia sido do esposo, podiam reivindicar uma parte das riquezas que haviam conquistado junto com seu marido durante o casamento. “O divórcio na sociedade viking podia ser pedido por qualquer das duas partes. O ‘juízo’ era feito mediante testemunhas, que falavam em favor do esposo ou da esposa. Só havia uma exceção: os maus tratos. Neste caso, o divórcio era automático. Também era possível pedir o divórcio nos casos em que o cônjuge fosse consumista e não soubesse administrar bem sua terra. Outra causa era a impotência, algo compreensível, pois um dos objetivos do matrimônio era ter descendência. Finalmente, qualquer das partes poderia se separar se seu cônjuge não se vestisse de acordo com seu sexo. Ou seja, se um homem se vestisse de mulher ou vice-versa”, destaca a especialista espanhola.

NOTA:
[1] Sobre a representação moderna das mulheres vikings, recomendamos também o ótimo artigo do Professor Johni Langer, da Universidade Federal da Paraíba.
Link: https://www.academia.edu/1806928/Guerreiras_na_Era_Viking_Uma_an%C3%A1lise_do_quadrinho_Irm%C3%A3s_de_escudo_Women_warriors_in_the_Viking_Age_RODA_DA_FORTUNA_REVISTA_ELETR%C3%94NICA_DE_ANTIGUIDADE_E_MEDIEVO_VOL._1_N._1_2012 

Texto traduzido e adaptado por Matria de:
ABC


Olimpíadas e ideologia de gênero: quando o politicamente correto se choca com a realidade

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Por: Jorge Soley




A realidade se impôs sobre o debate de gênero e os atletas de sexo masculino que tinham a ilusão de ganhar uma medalha olímpica, embora fosse na categoria feminina, já podem ir tirando o cavalinho da chuva.

Se não fosse pela capacidade da ideologia de gênero em fazer infelizes muitas pessoas, que vivem numa trágica confusão, ela seria fonte de marcos inesquecíveis, dignos de qualquer antologia de humor que se preze. O papo-furado dos ideólogos de gênero se presta a ridicularizações e piadas de todo tipo. Eles se empenham em nos impor um absurdo: não existem sexos, tudo é uma construção social e, em consequência dessa ideia, podemos perfeitamente redefinir nosso sexo por mero capricho sempre que quisermos.

A esta loucura, uma alucinação totalmente desconectada da realidade, chamam direito, e não sei quantas coisas mais. É como se alguém se empenhasse em dizer que a lei da gravidade é uma construção social, uma imposição do terrenismo* que não quer nos deixar voar e defender o direito de abrirmos a janela e sair voando pelo ar se este for nosso desejo. Entretanto, nestes casos este "voo elevado", que tem consequências previsíveis, nunca ocorre com um teórico do assunto, e sim, com algum pobre descuidado que deu ouvidos aos teóricos e acaba sendo massacrado por suas escolhas, ao se confrontar com a realidade de que não vai voar se pular da janela.

Uma das últimas áreas nas que acabam de implantar a falta de sentido da ideologia de gênero é nas Olimpíadas. Um terreno especialmente perigoso e que tem exposto as contradições desta ideologia.

Os atletas "transgêneros" poderão participar das competições olímpicas que desejarem sem necessidade de cirurgia.

Esta frase é da notícia de aprovação de uma nova norma por parte do Comitê Olímpico Internacional (COI) de que os atletas "transgêneros" poderão participar nas competições olímpicas que desejarem sem necessidade de cirurgia. Não entraremos na questão da cirurgia (como se uma intervenção cirúrgica, seja uma mutilação ou um enxerto, normalmente acompanhado da suplementação - oral ou intramuscular - de determinados hormônios, fosse capaz de transformar, como num passe de mágica, um homem em mulher ou vice-versa). O COI definiu que um atleta que diga que se sente do sexo contrário ao seu poderá competir nas provas reservadas para esse sexo

Deixando claro: uma mulher que diz se sentir homem poderá competir nas provas masculinas e um homem que diz se sentir mulher poderá competir nas provas femininas. Que maravilha! Que conquista para a liberdade de gênero! Viva o Comitê Olímpico Internacional! Abaixo o heterofascismo

Alguém advertiu que as competições femininas podiam se encher de homens e devido a diferença de constituições, eles poderiam ficar com a maioria das medalhas.

Um momento, um momento... não corram tanto e leiam as letras miúdas. Acontece que, depois dos "vivas" e de abrirem a champanhe para celebrarem o marco, alguém advertiu que as competições femininas podiam se encher de homens que dizem se sentirem mulheres e que, devido a diferença de constituições, podiam ganhar a maioria das medalhas. Em que confusão se meteram! 

O caso é que o COI teve que fazer uma pequena mudança para que as Olimpíadas do Rio não se tornassem uma bagunça: as atletas mulheres que dizem se sentir como homens poderão participar nas competições masculinas sem restrição, mas no caso contrário, um homem que se sente mulher, propuseram restrições adicionais, como por exemplo, ter testosterona abaixo de certos níveis ao menos durante um ano antes da competição. Ou seja, iguais mas não tanto. Isto é, o sexo é uma construção social... exceto se for homem e quiser competir em categorias femininas.

A realidade acaba se impondo sobre a discussão de gênero e os atletas do sexo masculino que haviam se iludido de que ganhariam medalha olímpica, embora fosse na categoria feminina, já podem se despedir.

A propósito, no comunicado do COI cometeram um deslize, uma afirmação inusitada que atenta contra a lógica mais clara e simples: em relação as provas cromossômicas para verificar o sexo de um atleta, afirma que são "não-científicas e antiéticas".

O cromossomo não é científico; científico deve ser uma conversa no bar com o atleta investigado em que vai explicar sua vida e seus traumas.

Já sabem, o cromossomo não é científico; científico deve  ser uma conversa no bar com o atleta investigado em que vai explicar sua vida e seus traumas. E claro, o cromossomo é antiético, tão antiético como a lei da gravidade, a íris do olho ou a resistência dos metais.

Acontece que a realidade existe, a natureza existe, apesar dos muitos discursos pomposos e politicamente corretos que fazem e os muitos aplausos que recebem. Todos os discursos são radicalmente incapazes de mudar a natureza: não podem nos fazer voar por nós mesmos, nem transformar um homem em uma mulher ou vive-versa. É por isso que a ideologia de gênero é uma mentira, uma mentira que vão reforçando, embora apenas no papel (na teoria), mas que fica em evidência quando se tem que enfrentar cara-a-cara a realidade.

Fonte original: Actuall
Tradução: Matria

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* Nota: Terrenismo aqui é retratado no sentido de estar preso à vida terrestre (sem nenhuma ligação com o espiritual, divino, transcendental, sobrenatural), seguindo a condição natural das coisas.



A verdade inconveniente sobre a indústria pornográfica

quarta-feira, 1 de junho de 2016

A pornografia, vista como atividade normal e parte da sexualidade moderna, figura com mais precisão no campo dos vícios. De fato, a mente de um adepto do uso de pornografia funciona de modo praticamente idêntico à de um usuário de drogas. Os efeitos da pornografia são individuais (mudanças no funcionamento cerebral, nos estímulos sexuais, na mente e no comportamento) e sociais (exploração, abuso, estupro, violência, pedofilia, zoofilia e outras parafilias afins, tráfico humano e trabalho escravo).

Aqui serão abordados seus principais aspectos, causas e consequências pessoais, emocionais, cerebrais, comportamentais, sociais, econômicas, morais e humanas.


A pornografia altera a mente 

Como qualquer substância viciante, a pornografia inunda o cérebro com dopamina[1]. E, como qualquer outra droga, o cérebro exige doses cada vez maiores para atingir os mesmos efeitos. Logo, o consumo de pornografia aumenta constantemente, e as sensações de prazer são reduzidas, exigindo cada vez mais material e tempo. A facilidade de acesso à droga (à pornografia) através da internet cria a ilusão de saciedade e de rapidez para o preenchimento das lacunas de prazer. Isso faz com que, diferentemente daquilo que ocorre com outras substâncias viciantes, o usuário de material pornográfico não encare a situação como um estágio de dependência química.

A capacidade (e a quantidade) dos neurotransmissores é reduzida continuamente[2]. Atividades simples que antes seriam suficientes para satisfazer a necessidade de dopamina no cérebro passam a ser insuficientes. Os viciados em pornografia precisam buscar novos materiais, cada vez mais abusivos, cada vez mais agressivos e explícitos. O vício danifica áreas cerebrais responsáveis pela análise e tomada de decisões importantes (o lóbulo frontal, responsável pela solução de problemas), já que a pornografia "reprograma" o cérebro para necessidades de curto prazo (masturbação, ejaculação, orgasmos cada vez mais rápidos e mais fracos). 

Dessa forma, a pornografia altera a própria estrutura cerebral e reconfigura as áreas responsáveis pela recepção, controle e processamento de prazer. Quanto mais pornografia o viciado usa, mais o lóbulo frontal é danificado e mais comprometida é a capacidade de estimular as áreas cerebrais responsáveis pelo prazer, o que exige níveis cada vez maiores de dopamina[3]. A boa notícia é que, como em qualquer vício, os danos podem ser "desfeitos" ou no mínimo reduzidos, conforme o viciado abandona o uso da pornografia. As áreas anteriormente danificadas se regeneram para grande parte daquilo que eram originalmente.

A pornografia deteriora sua vida sexual

A facilidade de acesso ao conteúdo pornográfico dá a impressão de normalidade, abertura, melhor entendimento do sexo e, por isso, de um melhor desempenho sexual e uma vida sexualmente ativa mais satisfatória[4]. Porém, o vício em pornografia pode piorar a vida sexual e, até mesmo, conduzir à total ausência dela.
Trinta anos atrás, os homens desenvolviam disfunção erétil na velhice, geralmente após os 40 anos[5], quando a circulação sanguínea se deteriora, tornando difícil manter uma ereção. Isso foi antes de a pornografia se tornar massiva. Hoje, a disfunção erétil atinge muitos homens de 20 anos, ou seja, é um problema que afeta homens cada vez mais novos. 
O problema não está no órgão sexual, e sim no cérebro. Acostumado à pornografia e condicionado a ela como forma de obter prazer e liberar ocitocina, o cérebro de um viciado acaba perdendo a capacidade de se estimular sexualmente através de reações químicas desencadeadas pelo toque, cheiro, audição e pelo corpo real de uma mulher. Dessa forma, o usuário de pornografia viciado é condicionado a obter prazer numa sala, sozinho, na frente de um computador, e não acompanhado de outra pessoa[6].
Evidências sugerem crescentemente que a disfunção erétil e outras anomalias no desempenho sexual masculino podem ser efeitos colaterais da fascinação do homem pela pornografia, e isto ainda pode estar se tornando o mais comum problema da saúde masculina.

Uma pesquisa com mais de 28.000 homens italianos descobriu que o consumo excessivo de pornografia, começando aos 14 anos, e o consumo diário entre o início e meados dos 20 anos, insensibiliza os homens para até as mais violentas imagens. De acordo com o chefe da Sociedade Italiana de Andrologia e Medicina da Sexualidade (SIAMS), isto pode causar disfunções sexuais masculinas pela diminuição de libido e eventualmente levando à inabilidade para a ereção.

Viciados em pornografia, acostumados aos padrões mostrados nas cenas dos materiais que consomem, perdem a capacidade de atração sexual por suas parceiras de carne e osso. "Devido à pornografia disponível na internet, nós estamos descobrindo que este tipo de disfunção sexual é uma entidade real", diz David B. Samadi, doutor em Medicina, presidente do departamento de urologia e chefe de cirurgia robótica no Hospital de Lenox Hill, em Nova Iórque. "É um problema no cérebro, não no pênis.". Até certo ponto, disfunção erétil relacionada à pornografia pode afetar qualquer um, mas Dr. Samadi diz que lhe parece mais propenso entre homens jovens que estão em sua adolescência ou no início dos 20 anos.

Johns Hopkins Bloomberg, da Escola de Saúde Pública de Baltimore, descobriu que cerca de 18 milhões de americanos possuem disfunção erétil, significando que eles são incapazes de obter e manter uma ereção suficiente para a relação sexual. O problema pode ser físico, em relação ao bloqueio de sangue para o pênis; psicológico, ou uma combinação.

"Na maioria das vezes, doenças crônicas, como doenças cardíacas e diabetes, contribuem para a disfunção erétil; mas na minha prática particular, eu diria que 15 a 20 por cento das disfunções eréteis que eu vi estavam relacionadas ao consumo de pornografia. O uso contínuo de pornografia causa uma mudança nas químicas cerebrais que contribuem para disfunção erétil", diz Muhammed Mirza, doutorado em Medicina, internista em Nova Jersey e fundador da ErectileDoctor.com.

Como saber se você tem risco de obter uma disfunção erétil relacionada à pornografia? Não é necessariamente quanta pornografia a pessoa assiste. O tipo pode ter também um papel, diz Samadi. Diferente das imagens pornográficas "softcore" (“brandas”), pornografia online é geralmente mais visual e retrata comportamentos bizarros, depravados e violentos. Também está disponível 24 horas.

A pornografia leva a expectativas falsas que insensibilizam a pessoa para o sexo. Samadi comparou o fenômeno com o que ocorre quando alguém consome consistentemente mais e mais álcool. Eventualmente, a pessoa tem mais dificuldade em se sentir embriagada. O mesmo ocorre com a pornografia e a performance sexual. "Você precisa de mais e mais estímulos já que você criou uma certa resistência, e então surge a possibilidade com a sua esposa ou parceira, e você não é mais capaz de fazê-lo. Se você assistir qualquer imagem de um vídeo pornográfico, elas são ampliadas. Não é assim que uma anatomia normal age. Ninguém pode seguir com isto por horas", ele diz.
"É muito diferente da vida real", diz Nicole Sachs, Assistente Social Clínica Licenciada, assistente social em Rehoboth, Delaware, e autora de "The Meaning of Truth.". “As imagens irreais encontradas na pornografia podem levar o homem ou a mulher a se sentirem autoconscientes, o que poderia levar a problemas funcionais e com a intimidade. O sexo na pornografia ou mesmo na prostituição é rápido, fácil e impessoal. Mas a intimidade é difícil e pode se tornar embaraçosa", ela diz.


A exploração da mulher na indústria pornográfica

Shelley Lubben é uma ex-atriz pornô americana e está entre as principais lideranças antipornografia da atualidade. Ela é fundadora da “Pink Cross Foundation”, uma organização de caridade pública, dedicada a conceder auxílio emocional e financeiro aos que trabalham na indústria pornográfica. Segundo a organização, esta indústria detém os seguintes números:
- 70 estrelas pornôs cometeram suicídio.
- O principal meio de suicídio entre elas é o enforcamento.
- A expectativa de vida de uma estrela pornô é de 36,2 anos.
- 38 casos de mortes por drogas entre estrelas pornôs desde 2003.
- 52 suicídios entre estrelas pornôs desde 2000.
- A obtenção de clamídia e gonorreia é 10 vezes maior entre os empregados no ramo do que entre pessoas do município de Los Angeles, entre seus 20-24 anos.
- 2.396 casos de clamídia e 1.389 casos de gonorreia reportados entre os atuantes, desde 2004.
- 31 casos de HIV reportados entre estrelas pornôs desde 2003.
- Performances pornográficas tem uma chance 20% maior de infecção do que entre o público geral (2,4%).
- 130 profissionais, entre heterossexuais e gays, morreram de AIDS.
- 514 estrelas pornôs morreram de AIDS, drogas, homicídio, suicídio e outras mortes prematuras.
- Uma recente análise dos 50 filmes pornográficos mais vendidos revela que, entre todas as cenas: 48% de 304 cenas contêm agressões verbais, enquanto mais de 88% contêm agressões físicas[7].
- nestas cenas, 94% dos atos de agressão são cometidos contra mulheres.
- A cada segundo: $3,075.64 são gastos em pornografia. 28,258 pessoas estão vendo pornografia e 372 estão procurando por algum tipo de conteúdo pornográfico.
- 9 entre 10 dos jovens do sexo masculino e aproximadamente um terço das jovens do sexo feminino consomem pornografia.
- 70% das doenças sexualmente transmissíveis na indústria pornô ocorrem nas mulheres, segundo os dados de saúde pública do município de Los Angeles.
- Dos 1351 pastores entrevistados, 54% assistiu pornografia online no ano passado.
- A receita mundial da indústria pornográfica em 2006 foi de $97,06 bilhões, dos quais aproximadamente $13 bilhões foram nos Estados Unidos.
- Existem 4.2 milhões de sites pornográficos, 420 milhões de páginas pornográficas e 66 milhões de pesquisas diárias em mecanismos de busca.

A pornografia destrói casamentos e famílias

Separações motivadas por uso de pornografia não são raras. Ela atua como instrumento de instabilidade para casais, diminuição da vida sexual e distanciamento entre os membros da família.
- No encontro de 2003 da American Academy of Matrimonial Lawyers (Academia Americana de Advogados Matrimoniais), em uma coleta de dados feita entre os advogados especializados em divórcio da nação, os participantes revelaram que 58% de seus divórcios foram resultado do acesso excessivo por uma das partes à pornografia online.

A indústria pornográfica tem dimensões gigantescas

A indústria pornográfica é uma superestrutura gigantesca[8]. A estimativa é que há 4.2 milhões de sites pornográficos - 12% de todos os sites existentes -, permitindo o acesso de 72 milhões de visitantes pelo mundo afora mensalmente. Um quarto de todas as pesquisas diárias, isto é, 68 milhões, é por material pornográfico, onde 40 milhões dos americanos são visitantes regulares.
- Chatsworth, Califórnia, produz 85% de todo o conteúdo pornográfico mundial. Todas as maiores agências de “talentos femininos” estão localizadas em Chatsworth ou em suas proximidades. As atrizes são levadas para Chatsworth para trabalharem em pornografia. Todos os maiores “talentos masculinos” mundiais moram ou viajam para Chatsworth para contracenar. Quase todas as maiores e menores companhias de produção de DVDs com conteúdo pornográfico estão localizadas na região de Chatsworth.
- Esta indústria norte-americana produz cerca de 4.000 a 11.000 filmes por ano e ganha a estimativa de $9-13 bilhões em sua receita bruta anual. Em torno de 200 companhias de produção prostituem cerca de 1.200 a 1.500 atores. Os atores ganham tipicamente entre $400 a $1.000 dólares por cena e não são compensados na base da distribuição ou da venda.
- A indústria do sexo (Não só a de produção de filmes, porque tudo está ligado) lucra mais que Hollywood; NFL (The Nation Football League), NBA (The Nation Basketball Association) e MLB (The Major League Baseball) JUNTAS; NBC, CBS e ABC JUNTAS; companhias de alta tecnologia como Google, Microsoft, Yahoo, Apple, Netflix, EBay e Amazon JUNTAS[9].

A indústria da pornografia se alimenta da pedofilia

- Mais de 11 milhões de adolescentes assistem pornografia online regularmente.
- De todos os domínios online de abuso infantil, 58% estão hospedados nos Estados Unidos.
- A pornografia infantil é um dos negócios que mais aumentam pela internet, sendo que o conteúdo está ficando cada vez pior. Em 2008, a Internet Watch Foundation encontrou mais de 1.536 domínios individuais de abuso infantil.
- O maior grupo que assiste pornografia online tem entre 12 a 17 anos [10].
- Não é raro que atores pornôs relacionem sua entrada na indústria a abuso sexual sofrido na infância.

A indústria da pornografia e a insensibilidade


O vício em pornografia tem como consequências[11]:

- Demonstrar menor empatia por vítimas de estupro;

- Ter tendência a um crescente comportamento agressivo;

- Acreditar que mulheres vestidas provocativamente estão abertas para o estupro;

- Demonstrar agressividade contra mulheres que flertam e então se recusam ao sexo;
- Demonstrar um crescente desinteresse sexual por suas esposas e namoradas;
- Demonstrar um maior interesse em coagir parceiros a atos sexuais indesejáveis.


Sobre a violência durante as filmagens:

- Apenas 9,9% das cenas mais vendidas possuem algum tipo de comportamento como beijo, riso, acariciamento ou elogio;

- Tapas ocorrem em cerca de  41.1% das cenas;

- Aproximadamente 20% de todo o conteúdo pornográfico na internet trata-se de abuso sexual infantil.


Sobre a insensibilização do consumidor, o seguinte texto também explica como, através da pornografia, o homem fica apático às relações sexuais casuais, levando-o até à impotência: http://www.everydayhealth.com/news/erection-problems-this-habit-may-why/ (Em inglês)
Um outro vídeo interessante sobre a insensibilização pela pornografia, legendado em português:
https://www.youtube.com/watch?v=BMgAJwc7ocE

Sobre Linda Lovelace, o site de onde copio este texto estará logo a seguir:

Pornografia: depressão, suicídio, abuso físicos e psicológicos, estupros e ameaças

“Em respostas às sugestões deles, eu o informei que não me envolveria em prostituição de forma alguma e o avisei que queria ir embora. [Traynor] me batia e o abuso psicológico começou também. Eu literalmente me tornei uma prisioneira. Eu não era autorizada a sair de sua vista, nem mesmo pra ir ao banheiro, onde ele me assistia pelo buraco na porta. Ele dormia em cima de mim à noite, ele ouvia meus telefonemas com uma calibre 45 apontada pra mim. Eu apanhava e sofria abuso psicológico todo e cada dia. Ele cortou minhas ligações com outras pessoas e me forçou a casar com ele, aconselhado pelo seu advogado.”
Aqui ela fala da primeira experiência na pornografia:
“Minha iniciação na prostituição foi um estupro grupal de cinco homens, arranjado pelo Sr. Traynor. Foi um ponto determinante na minha vida. Ele ameaçou atirar em mim se eu não continuasse. Eu nunca tinha experimentado sexo anal antes e isso me partiu ao meio. Eles me trataram como uma boneca inflável, me pegando e me colocando aqui e ali. Abrindo minhas pernas assim ou assado, enfiando suas coisas em mim e dentro de mim, brincando de dança das cadeiras com as partes do meu corpo. Eu nunca me senti tão assustada e desgraçada e humilhada na minha vida. Eu me senti como lixo. Me envolvi em atos sexuais de pornografia contra a minha vontade pra evitar ser morta. As vidas de meus familiares foram ameaçadas.”
Agora, o que a maioria das pessoas não sabem e que é, possivelmente, a pior coisa que Lovelace presenciou. Por um vislumbre de horror, há um vídeo que ela se recusou a reconhecer que participou nele de qualquer forma, até que uma cópia vazou e a prova conclusiva foi dada.
É chamado “Cachorro Comedor” e é, provavelmente, auto-explicativo. Linda Lovelace é forçada a ser penetrada por um cachorro, em frente à câmera, contra sua vontade. Ela foi forçada a gravar depois de seu marido/agente/abusador/estuprador apontar uma arma em sua cabeça e lhe dar duas opções: gravar o filme ou comer uma bala. Eu não vou entrar em mais detalhes, isso é suficiente pra dizer o tipo de abuso que tem sido grande parcela da pornografia desde sua inserção moderna, nos anos 70."

Sobre a forma como as atrizes são coagidas a entrar para essa indústria, de uma forma ou de outra, fica o exemplo de Sasha Grey. Dizia-se que ela teve uma vida mansa durante sua vida na indústria, não sofrendo o que foi denunciado aqui; porém, parece que a história é bem diferente (lê-se pior) do que seus fãs fazem parecer. Traduzi a seguinte notícia do inglês.
"Sasha Grey diz que ela foi "atraída" [Estas aspas são por minha conta] para a pornografia pelo seu violento e abusivo ex-namorado - que a convenceu de que ele era um espião militar que precisava de "cobertura"... E agora ela tem medo de que ele possa voltar para machucá-la.
Grey diz em novos documentos judiciais que Ian Cinnamon a submeteu a anos de abuso e agressões sexuais - iniciadas em 2005, quando ela tinha 16 e ele tinha 29 anos.
Grey diz que foi Cinnamon quem a convenceu a se tornar uma estrela pornô, dizendo que ele era um agente secreto e que ela seria uma ótima cobertura para ele. E foi assim: ele a convenceu de que trabalhava para DIA (Defense Intelligence Agency).
Grey diz que Cinnamon se tornou fisicamente abusivo. Em uma ocasião, ela disse que ele havia se esquecido de checar os testes de DSTs de um dos seus contracenantes, e ele ficou furioso, lançando objetos da casa contra ela.
Grey diz que ela terminou o relacionamento em 2012 [Ela saiu do cinema pornô em 2011] e ele recentemente começou a enviar-lhe inúmeras mensagens com ameaças - algumas com imagens de pistolas.
Um juiz concordou que Cinnamon era uma ameaça e o ordenou que mantivesse uma distância de 182,88 metros (200 jardas) dela.

Indústria pornográfica: um inimigo a se combater

A pornografia destrói o modo natural com o qual os seres humanos se relacionam com suas próprias sexualidades, desintegra relações com seus parceiros e a capacidade de sociabilização e criação de relacionamentos saudáveis. Separa e afasta membros da família, causa divórcios e crises domésticas. Expõe crianças, além de utilizar-se delas, dando grande abertura à exploração sexual infantil. Beneficia-se do tráfico humano, movimenta milhões do tráfico de drogas. 
A indústria pornográfica é um mal a ser combatido. Encarar esse fato sob o prisma de mera "reação moralista" é negligenciar toda a gama de fatos abordados e expostos aqui e em inúmeras outras fontes. Pornografia deve ser combatida como qualquer outro vício. E, embora muitos possam dizer que a utilizam e não sofrem dos prejuízos e problemas aqui citados, seus exemplos individuais não refutam uma realidade de milhões.
Para aqueles interessados em superar o vício na pornografia, acessem este site (totalmente gratuito e em português): Como parar o Vício em Pornografia

Referências

* Para melhor compreensão do leitor, as referências foram traduzidas para este texto (títulos dos estudos, das instituições, títulos dos periódicos e revistas, etc.)

[1] Hilton, D. L. (2013). Vício em Pornografia—Um Estímulo Supranormal Considerado no Contexto da Neuroplasticidade; Neurociência Sócio afetiva e Psicologia; Georgiadis, J. R. (2006); Mudanças Cerebrais Regionais de Corrente Sanguínea associadas com o orgasmo clitoriano Induzido em Mulheres Saudáveis; Jornal Europeu de Neurociência, edição 24, 11:3305-3316.   

[2] Hilton, D. L., e Watts, C. (2011). Vício em Pornografia: Uma perspectiva Neurocientífica; Neurologia Cirúrgica Internacional, 2: 19; (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3050060/) Angres, D. H. e Bettinardi-Angres, K. (2008). A Doença do Vício: Origens, Tratamento e Recuperação; Mensário de Doenças 54:696-721; Mick, T. M. e Hollander, E. (2006); Comportamento Sexual Impulsivo-Compulsivo, CNS Spectrums, 11 (12):944-955.

[3] Angres, D. H. e Bettinardi-Angres, K. (2008). A Doença do Vício: Origens, Tratamento e Recuperação; Mensário de Doenças 54: 696-721; Zillmann, D. (2000). Influência do Acesso Irrestrito ao conteúdo erótico por parte dos Adolescentes e Jovens Adultos - Disposições Acerca da Sexualidade, Jornal de Saúde Adolescente 27,2:41-44.

[4] Paul, P. (2010). Da Pornografia para o Pornô, do Pornô ao Porn: Como a Pornografia se tornou a Norma; In J. Stoner e D. Hughes (Eds.), Os custos sociais da Pornografia: uma coleção de Documentos (pags. 3-20); Princeton, N.J.: Witherspoon Institute.

[5] Capogrosso, P., Colicchia, M., Ventimiglia, E., Castagna, G., Clementi, M. C., Suardi, N., Castiglione, F., Briganti, A., Cantiello, F., Damiano, R., Montorsi, F., Salonia, A. (2013). Um dentre quatro pacientes diagnosticados com disfunção erétil é jovem — Um quadro preocupante sobre a prática clínica cotidiana; Jornal de Medicina Sexual 10,7:1833-41; Cera, N., Delli Pizzi, S., Di Pierro, E. D., Gambi, F., Tartaro, A., et al. (2012). Alterações Macroestruturais da Matéria cinzenta na Disfunão Erétil Psicogênica Subcortical. PLoS ONE 7, 6: e39118; Doidge, N. (2007). O Cérebro que muda a si mesmo; Nova York, Penguin Books, 105.

[6] Hilton, D. L. (2013). Vício em Pornografia - Um Estímulo Supranormal Considerado no Contexto da Neuroplasticidade. Neurociência Socioafetiva e Psicologia 3:20767; Robinson, M. and Wilson, G. (2012). Gostos sexuais são imutáveis?, Psicologia Hoje, 8 de novembro (http://www.psychologytoday.com/blog/cupids-poisoned-arrow/201211/are-sexual-tastes-immutable)

[7]  Jensen, Robert; Okrina, Debbie; Pornografia e Violência Sexual; National Resource Center on Domestic Violence (Centro Nacional de Pesquisa sobre Violência Doméstica):http://www.vawnet.org/sexual-violence/print-document.php?doc_id=418&find_type=web_desc_AR 

[8] Ackman, Dan; Qual o tamanho da indústria do pornô?; Forbes: http://www.forbes.com/forbes/welcome/


[9] ABC News; Lucros da Pornografia: os segredos corporativos da América: http://abcnews.go.com/Primetime/story?id=132001&page=1


[10] Deem, Gabe; Pornografia: muitos jovens assistem, saiba duas razões pelas quais isso é um problema; Huffington Post: http://www.huffingtonpost.com/gabe-deem/porn-many-teens-watch-it-_b_5450478.html
[11] Daubney, Martin; Pornografia pode mesmo transformar pessoas em criminosos?; Telegraph: http://www.telegraph.co.uk/men/thinking-man/11376283/Does-watching-porn-really-turn-people-into-violent-criminals.html 

Fonte: Ação Avante
Escrito por Clécio Pereira e Jean Carvalho
 
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